quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Resenha - A máquina que mudou o mundo - por Clériston Moura

WOMACK, James P. – JONES, Daniel T. – ROOS, Daniel. A Máquina que mudou o mundo: Baseado no estudo do Massachusetts Institute of Technology sobre o futuro do autmóvel. Tradução de Ivo Korytowski. – Nova ed. Ver. E atual. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2004. 324 p.

Os três autores são membros do IMVP(International Motor Vehicle Program – Programa Internacional de Veículos Automotores) ocupando os seguintes cargos:

DANIEL ROOS, diretor do IMVP

DANIEL T. JONES, diretor do IMVP na Europa

JAMES P. WOMACK, diretor de Pesquisas do IMVP

Estes nunca haviam tentado escrever para uma audiência mais ampla, mas tiveram o apoio de Carpenter, Rees e Rawson, que tinham várias publicações acadêmicas e grande experiência, o que gerou uma ótima troca de informações que gerou este brilhante, não obstante, reconhecem também o apoio de outros pesquisadores que participaram do IMVP e colaboraram com 116 monografias que fundamentaram as pesquisas deles.

Os autores começam o livro, explicando as transições ocorridas nas indústrias automobilísticas, citando o começo com a produção artesanal, a primeira revolução logo após a 1ª Guerra Mundial com Henry Ford e Alfred Sloan, a produção em massa, e a segunda revolução após a 2ª Guerra Mundial com Eiji Toyoda e Taiichi Ohno, a produção enxuta, sendo esta o modelo que todas as industrias atuais estão buscando para melhorar sua produção, pois ela se distingue da produção em massa em seu objetivo final, o primeiro limita suas metas em tudo, e o segundo busca a perfeição. A PE é tão revolucionária que altera o modo dos trabalhadores, suas carreiras e seus desafios.

Logo após o capítulo introdutório, temos as explicações em capítulos das origens dos três tipos de produção existentes, começando pela artesanal, mostrando que no final do séculos XIX, a produção era individual, a empresa recebia a encomenda e trabalhava no projeto, não conseguindo fazer nem mesmo dois carros iguais, pois encomendavam as peças em oficinas pouco especializadas e ajustando os erros destas na produção do carro o que provocava vários carros diferentes de um mesmo modelo, chamado hoje de “susto dimensional”, e o mais interessante é que os operários trabalhavam praticamente em toda a produção do carro e que nenhuma companhia exercia um monopólio da produção, pois além de existir várias CIAs artesanais quase todas trabalhavam na produção de outras peças que nada tinha relacionados com carros. Porém, apesar de totalmente ultrapassada estas PA ainda existem no mundo atual.

Estas indústrias evoluíram para produção em massa (PM) após a primeira Guerra Mundial principalmente com Henry Ford que revolucionou a industria, apesar de começar como um mero montador de carros, criou o carro Tford que iniciou a produção em massa, além de substituir a mão invisível do mercado por uma mão visível, pois ele dominava toda a produção do carro, conseguindo, juntamente com a redução de tempo e gastos na produção, uma redução significante no valor final.

Mas, essa produção em massa tinha seus limites, como ela buscava a sinergia entre as empresas e até hoje nenhuma empresa nunca conseguiu, e ainda mais, o poder era centralizado em uma pessoa no topo quase quebram a Ford e a produção em massa junto.

Foi perto disso que Sloan e sua GM quase quebrada, conseguiu ver os erros da Ford e seus e reestruturar seu sistema administrativo para aumentar a competitividade com as outras organizações principalmente a Ford, mas não conseguiu mudar o chão de fábrica assim como sua concorrente, pois consideravam ambas, os trabalhadores como meras peças da produção, melhorando apenas no final dos anos 30, quando o sindicato dos trabalhadores lutaram pela igualdade e os direitos trabalhistas.

Em 1955 a PM chegou ao seu apogeu, amadureceu, mas foi neste ano também que começou a queda devido a várias importações que começavam a abocanhar o mercado, pois o conhecimento da PM tinha se ampliado no mundo e outras empresas a tinham adotadas, principalmente européias, que durou até meados dos anos 70, quando foram afetados pelos salários crescentes e jornadas de trabalho cada vez menores, com a PM em declínio só foi interrompida pelo surgimento no Japão de uma nova técnica de produção, a produção enxuta (PE).

Em 1950, logo depois da crise que quase quebrou a Toyoda, Eiji Toyoda, assumiu o controle da mesma, e resolveu, junto com seu engenheiro chefe Taiichi Ohno, enfrentar a MITI e revolucionar a produção de carros no Japão, assim estava nascendo a Produção Enxuta.

Ohno, que viajou a Detroit inúmeras vezes, descobriu que as industrias de PM possuíam vários processos com imensos desperdícios, quando voltou ao Japão, fez várias experiências e conseguiu mudar o sistema de produção totalmente e agora sim a PE estava criada, que atingia a produção, a compra (fornecedores, importante elemento do sistema de produção enxuta), desenvolvimento, vendas, etc.

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